Parece mentira, mas não é. O Hospital Frei Gabriel está a um passo de fechar as portas. E a culpa disso? Os desvios de R$10 milhões na saúde de Frutal e que teriam ocorrido na gestão da ex-prefeita Ciça, como é apontado pelo relatório final de umaComissão Especial de Investigação (CEI)da Câmara de Vereadores e posterior denúncias ao Ministério Público. A notícia bombástica pegou todos de surpresa na tarde de hoje e veio em forma de notificação judicial: o processo instaurado no MP para investigar as responsabilidades cíveis e criminais dos envolvidos na denúncia “travou” o CNPJ da Sociedade Amigos do Hospital São Francisco de Assis (antiga Santa Casa), que é a principal mantenedora do Hospital Frei Gabriel. Com esse bloqueio judicial, o SUS – Sistema Único de Saúde – deve ficar impedido de passar verbas para a entidade e, por consequência, para o Frei Gabriel. O caso é tão grave que foi pauta de uma reunião de emergência no gabinete do prefeito no final desta tarde.É preciso lembrar que o SUS o responsável por 70% das despesas médico-hospitalares do Frei Gabriel. Se hoje a Prefeitura precisa colocar do “bolso” quase R$2 milhões para manter o hospital em funcionamento, sem o SUS será necessário colocar algo em torno de R$5 a R$7 milhões por mês. Não haverá outra alternativa senão fechar as portas do principal hospital público da microrregião de Frutal, deixando centenas de milhares de pessoas desamparadas.
Se o fechamento das portas do Frei Gabriel em virtude dos desvios denunciados pela Câmara vai significar apenas uma coisa: o caos na saúde. Se o hospital funcionando já é “ruim”, sem ele… estaremos “no mato sem cachorro”. Isso sem contar que o outro hospital da cidade, que é particular, já trabalha também no limite de seus atendimentos a planos de saúde. A solução será apenas duas: ou pagar caro pelo atendimento ou entrar em um carro/ônibus/ambulância e ir para cidades da região, como Uberaba. Infelizmente o caso chega num momento em que uma nova diretoria assumiu o comando da Sociedade, com representantes da comunidade, entidades e clubes de serviço. Agora, resta a eles “limpar” a bagunça deixada lá atrás. Espero, mesmo, que essa situação seja apenas um “fogo de palha” e que a Justiça entenda a importância da entidade e do hospital para a sobrevivência da saúde de Frutal e região.
Pelo visto, a brincadeira com o dinheiro da saúde do município vai custar caro, mas não para os denunciados: para a população! Possivelmente no início da próxima semana a entidade deverá entrar com recursos judiciais para impedir que isso aconteça. Agora é esperar para ver os desdobramentos dessa situação.
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